Algumas experiências em política já tive e todas práticas compactuadas com pessoas que buscavam e buscam alguns ansejos comuns: esses não podem ser realizados por apenas uma pessoa, mas por um determinado grupo que busca esses êxitos. Já ajudei militando em organizações políticas que elegeram parlamentares e cumpriram bem o seu papel. Foi uma experiência gratificante. Fui Presidente de um Centro Acadêmico onde as decisões sobre as práticas voltadas para pesquisa dentro da universidade eram tomadas em assembleias estudantis. Depois destas práticas políticas, no final do século passado, me dediquei à profissão de professor, afastando-me da militância partidária.
Com o passar do tempo, após alguns anos no ostracismo político, resolvi voltar, passando a contribuir com a campanha para a eleição de um vereador em nosso município, digitando propostas, panfletos e discursos, especificamente no distrito de Santa Cruz.
O acordo de acompanhá-lo no seu mandato foi descartado por ele na sua posse. Mesmo assim argumentei com integrantes do seu gabinete e com o próprio vereador eleito sobre a importância da criação de uma lei de incentivo à cultura no município, além de leis de proteção à natureza, como a de só distribuir copos de papel na região, tendo em vista a preservação do nosso ecossitema e levando em consideração que existe aqui uma fábrica de papel. Além do mais, fiz proposta de indicação à legislatura atual da importância da facilitação às marcações de consultas médicas e odontológicas nos postos de saúde, informatizando o atendimeto aos munícipes.
As ideias não foram absorvidas pelo representante parlamentar, e, para exemplificar, em seu mandato tornou-se o dito vereador um político bombeiro, apagador de fogo, apenas postando podas de árvores na cidade, a limpeza de entulhos e os reparos das vias públicas… Ou seja: não desenvolveu um debate político e ações que pudessem alavancar um desenvolvimento econômico sustentável na nossa região.
Por essas e outras, recentemente ocorreu um fato tacanho onde um dos bens mais valiosos da natureza, a água, foi extraído do nosso município em decorrência da venda do SAAE para a Cesan. Esta manobra se deu em votação na câmara municipal durante as férias do legislativo. O que restou para o povo que vive aqui?
Diante destes fatos, resolvi colaborar com o debate político em nossa cidade.
Historicamente sabemos que nosso país encontra-se ainda engendrado no que se chamou de Regime Escravocrata, que colaborou com a conformação do atual DNA social do povo brasileiro. Nossas relações são carregadas nos dias atuais de uma forte herança cultural da prática econômica perversa de exploração da vida e do trabalho que assolou por 400 anos nossa nação, tendo em vista que a abolição do regime escravo ocorreu por decreto e a República foi instaurada sem a participação do povo.
Preencher tais lacunas de nossa conformação coletiva se faz urgente e para isso é necessária a proposição de um debate profundo junto aos agentes de nossa sociedade, pois em nossa nação até o próprio capitalismo usa máscara: não é pleno.
Nesse sentido, faz-se necessário um pacto social para um avanço político onde não cabem mais políticas atrasadas espelhadas nas práticas escravistas, mesmo que com novas roupagens, tendo em vista que de um viés nacional brasileiro, nossa república já nasceu fruto de um pacto entre as espadas e a elite latifundiária.
Chegou o momento de abrirmos um amplo debate em nossa comunidade para que possamos vislumbrar os ansejos extraídos de tais diálogos. Para reflexão: será que o povo negro recém saído do regime que o escravizava, assim como o indígena resistente e todas as misturas que constituem o povo trabalhador, tiveram o privilégio de colaborar com a constituição da dessa greco-latino-república, das leis repúblicanas que regem a todos?
Na esfera local deve ser estabelecido um pacto em nossa região para que seja garantida a sustentabilidade econômica do turismo ecológico e cultural, com o aproveitamento de tais recursos naturais, que devem ser preservados, associado ao trabalho de potencialização da colaboração interinstituicional para atrair um público interessado em eventos de sustentabilidade e conhecimento histórico e científico de nossas localidades.
A História do nosso município, a sua formação geográfica e a sua conformação étnica remete-nos a uma das povoações mais antigas da colonização em nosso continente, nos credenciando a um desenvolvimento econômico sustentável através do turismo, com opções de visitas a monumentos históricos, museus, passeios náuticos e outras alternativas de lazer, além de esportes aquáticos, oficinas ambientais e culturais, mostras, festivais e uma programação completa para atrair visitantes que queiram contemplar nossa natureza e se utilizarem dos serviços ofertados em Aracruz. Um pacto a ser formado em nossa sociedade, tanto com os nossos eleitores, que têm responsabilidade de se alinharem pelo voto com tais ideias, quanto com as organizações sociais, empresariais e científicas locais.
Ao voltar à política partidária tive o cuidado de buscar uma agremiação para a disputa. Optei pela REDE, pois acho que traz uma proposta mais avançada, que é a da sustentabilidade. Buscar agremiações que tragam esse debate é de extrema importância para o povo brasileiro, colocando a discussão interinstitucional sobre sustentabilidade numa vanguarda do processo político e econômico para a conformação de realidades locais. A própria vivência me capacitou para uma dialética das questões socio-ambientais: hoje me encontro preparado para o diálogo, me colocando à disposição dos interesses comuns de nossa comunidade e assumindo o compromisso da representação de outros agentes sociais e políticos que buscam dialogar com nossa candidatura, para poder ser uma ferramenta de atuação no parlamento municipal de modo a chegarmos a um avanço político.
Não estou só neste empreendimento. Consolido com minha candidatura a afirmação de uma rede de apoio com um grupo de amigos que comungam o mesmo pensamento que eu, para que possamos concretizar nossas ideias em práticas parlamentares.
Em minhas atuações políticas organizadas durante o meu período acadêmico as ideias, as decisões e a prática sempre foram discutidas em assembleia estudantil. Isto nos capacita a enfrentar democraticamente o diálogo e a prática de um mandato representativo.
Não estou só. Esta candidatura burocraticamente pertence a um elemento, mas não se resume a esse elemento apenas. Esta candidatura é nossa: das pessoas que opinam, das pessoas que dialogam, das pessoas que praticam e que têm o sonho de uma política mais qualificada para a municipalidade de Aracruz.
Vote sem Medo.
Professor Yedo
#ProfYedo